Como posso superar o medo, a tristeza e a angustia?
Identifique e aprenda a manejar a emoções mais comuns que se apresentem diante do diagnóstico de câncer de mama metastático.
“Faça um esforço” é a frase que mais odeio. As que mais desejo escutar são: como está se sentindo hoje? Posso ir te visitar? Essas me fazem sentir querida e que aos demais lhes importa o que sinto.
Esther Zúñiga, 33 anos, padece de câncer de mama recorrente ósseo e pulmonar.
As emoções são reações que experimentamos a nível físico e mental em resposta aos estímulos que recebemos, e podem ser agradáveis e desagradáveis.
Todos já experimentamos raiva, medo, frustração e ansiedade nas nossas vidas. Mas, diante da notícia de uma enfermidade como o câncer é NORMAL que estas emoções se intensifiquem de tal forma a ponto de transbordar, nos fazendo sentir indefesos e sem esperança.
Maria Fernanda Amado, psicóloga, explica: “as pacientes que desenvolvem metástase já passaram por um processo emocional intenso, lutando a um tempo e buscando manter uma atitude positiva. Quando são diagnosticadas com metástase, esta esperança vem abaixo e as emoções negativas se exacerbam. Vem a frustração e a sensação de que todo esforço foi em vão“.
É normal que diante desse panorama sinta-se mal, queira chorar, culpar a alguém ou buscar uma razão para entender “por que eu”? O estigma que existe sobre expressar os medos que são gerados agrava a situação, por exemplo o medo à morte, como comenta a especialista: “o medo de morrer é o mais comum que experimentam as pacientes. Mas como “fica mal desabafar” não podem conversar com ninguém porque dá azar ou não querem preocupar ainda mais a família.
Também existem ideias errôneas sobre o câncer que afetam terrivelmente as emoções, como compartiu Gina, que padece de câncer metastático de ossos e pulmão uma senhora me disse: “com certeza você fez algo ruim e por isso te deu metástase”. Que ideia louca! Entretanto muitas pessoas se deixam levar por esses conceitos, arrastando culpa e medo”.
Para sentir-se melhor emocionalmente você tem que repetir para si mesma “é normal, não é culpa minha, tenho direito de sentir-me assim e desabafar.
Identifique a emoção
As reações esperadas são tristeza, raiva, frustação, irritabilidade, ansiedade, perda de confiança, entre outras. É difícil identificar que emoção se está vivendo no momento, porque se mistura com as outras que além de tudo tem características parecidas. De todas as formas é bom conhecer como se manifestam as emoções para poder manejar-las adequadamente.
Depois de identificar a emoção que predomina nesse momento, pensa na situação ou as ideias que a estão gerando. Pergunte-se: tenho medo de que?, do que me angustio?, porque estou triste?
A resposta pode ser, tenho medo… à dor, deixar meus filhos, o casamento, a situação financeira que posso enfrentar. Quando identificar a fonte da emoção que não te deixa dormir à noite, permita-se sentir-la e expressar-la, e então pode dar o seguinte passo.
Que fazer com a emoção?
As emoções intensas nos levam à ação ou ao contrário, podem paralizar-nos a ponto de querer escapar das situações. Por isso é tão importante trabalhar na esfera emocional, e se assim o fizermos poderemos enfrentar os objetivos com maior força, ânimo e decisão.
Trabalhar as emoções significa fazer algo com elas. Nesse sentido a atitude é essencial, como nos comenta Fernanda Amado: depende de mim a atitude que vou eleger para enfrentar minha enfermidade? Sim, a atitude eu escolho e vai ter uma repercução na qualidade de vida. Posso decidir chorar trancada por um mês ou passar esse mês com a família, com os filhos. Posso escrever cartas, gravar mensagens para eles, ensinar uma receita para minha filha, criar momentos especiais com amigos e o marido. Essa é uma eleição e não depende da emoção.
Fonte: María Fernanda Amado, psicooncóloga.
Pilar Arcanz, Javier Barbero, Pilar Barreto y Ramón Bayés Intervención emocional en cuidados paliativos, Modelo y protocolos, Editorial Ariel Ciencias Médicas.
Realizado por: Gloria María Aguiar Green para Fundación Cima
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La calidad de vida hasta el final, manejo emocional del paciente y sus seres queridos.
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