Que faço durante a crise?
Não é o mesmo entrar na crise ou já estar um certo tempo lidando com ela e podido assimila-la. Como explicamos no princípio da crise a mente reage provocando diversos estados emocionais.

O primeiro passo quando começa a sentir que o mundo está caindo em cima e a dor e frustração são tão grandes que levantar da cama é uma odisseia: “ É convencer-se que gritar, chorar ou espernear, são expressões de frustração e necessitas deixar sair para evitar que a frustração permaneça e aumente” nos disse Fernando Figueroa, médico e psicanalista.

Segundo o especialista, este é o único momento em que falar repetidamente o que gerou a crise é catártico e mesmo que a repetição em sua mente cause dor, a intensão é que esse diálogo se modifique até encontrar o ponto médio , quer dizer, quando doer menos e possa ver com claridade o panorama que enfrenta.

É importante que se rodeie de pessoas que gostam de você, te amparem e te ajudem a transitar por esse tempo de aflição . Se se sentir sufocada, recorra a uma terapia para que esse desabafo seja positivo.

Quando se trata de uma doença como o câncer existe uma sensação de perda e se transita por um processo de sofrimento que tem cinco fases: negação, ira ou raiva, negociação, depressão e aceitação.

Durante esse processo você vai se sentir ressentida, desesperada, zangada e triste. Nesses momentos tenha compaixão de si mesma, expresse a sua dor, mas ao mesmo tempo mova-se. Alterne o desabafo com o movimento. Chora um pouco, mas logo banhe-se, converse com seus amigos ou realize alguma atividade mesmo que não tenha vontade. Depois volte a chorar mais um pouco. Viva sua aflição mas não mergulhe nele.

A segunda etapa

Quando você já se sente com força para reconstruir-se e seguir adiante você pode pôr em pratica as cinco ferramentas emocionais.

1) Deixar de vitimar-se
Não fique paralisada pensando no injusto da situação nem fique procurando explicações do porque isso aconteceu com você. Quanto mais você deixa esses pensamentos se instalarem , mais difícil será de seguir adiante.

2) Usar a mente a seu favor
Não permita que os pensamentos negativos tomem o controle pois vai sentir que não vai poder seguir adiante. Procure reforços positivos.

3 Clareie os seus sentimentos
Entenda sua crise. Leia, escreva ou pratique rituais que te permitam guiar sua atenção e esforço em atitudes uteis. Canalize também suas emoções em atividades que recarreguem sua energia e te permitam a ver as coisas de outra forma.

4 Conecte-se com outros
Apoie-se em pessoas que te permitam ver a situação de forma objetiva e podem ser fonte de força, apoio e compreensão.

5 Não leve a crise a todas as área de sua vida
Nem tudo está mal em sua vida. Sempre há uma parte que te servirá de apoio para seguir adiante, pode ser sua família, suas forças, etc.

“Venho de uma família forte que me ensinou a não me render e seguir a luta dentro do que temos que viver. A vida é o principal, o estar aqui. A vida continua e a vida é luta”. Nos disse Maria Luiza que apesar de padecer da doença, hoje se sente otimista e fortalecida. Chegar a sentir-se como Maria tem um processo. Se você estiver atravessando nesse momento a crise, se dê o tempo de assimilar todas as mudanças que a doença traz consigo, mas não se isole.
Assessore-se com seu médico, busque um grupo de apoio, permita que seus familiares e amigos te ajudem e consolem, enquanto se fortalece para tomar decisões e ver a situação de forma mais realista.

Fontes:

Fernando Figueroa, Médico Psicanalista, Coordenador de Investigação Cientifica e Atenção de Reincorporação Social A.C.México.
– Bill O´Hanlon, Crescer a partir da crise, Editora Paidós
– Gloria Aguiar Green Supere a adversidade e reconstrua sua vida, Revista Fernanda #129, outubro 2014

Realizado por: Gloria Aguiar Green para Fundación Cima